quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Fundações - Parte I

Depois que aprendemos os primeiros passos dados quando se adentra o terreno que dará espaço para a forma física do projeto arquitetônico, é possível ver os primeiros vestígios do edifício, não é mesmo?

Mais ou menos. Há apenas mais uma etapa antes de vermos o projeto começar a ganhar vida. A edificação vai precisar de um sistema estrutural para se manter em pé e intacto, certo? Para isso são necessários elementos que transmitam a carga desta estrura para o terreno, e estes são conhecidos como Fundações. Elas são divididas em dois grandes grupos: Fundações Diretas ou Rasas, e Fundações Indiretas ou Profundas.

Fundações Diretas

São aquelas onde a carga estrutural é transmitida ao solo diretamente pela fundação. Para dimensionar a área da fundação, e assim garantir segurança para a estrutura, deve-se estabelecer para a mesma o centro de gravidade igual ao do elemento transmissor da carga,além disso, a área necessária deve ser dada pela divisão da carga a transmitir pela pressão admissível do terreno. Por fim, é importante a busca pela solução mais econômica.

Sapata Corrida ou Contínua, Simples

São elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as quais lhes transmitem a carga por metro linear (BRITO, 1987). Caso o terreno em questão seja firme a sua profundidade não ultrapasse a 1m, o sistema de blocos escalonados de alvenaria é a escolha mais econômica. Para execução da sapata corrida simples, primeiramente, deve-se definir a largura e a profundidade de acordo com a função da carga e a sondagem. O segundo passo éa abertura das cavas, onde se remove o material escorrido em função da necessidade do terreno. O fundo da cava deve ser nivelado, se o terreno possuir declive, o escalonamento será em degraus que deverão ser executados obedecendo à angulação de 45º. Deve-se descontar da profundidade escavada aproximadamente 10 cm da cota prevista.

No fundo da cava será aplicado o apiloamento com maço de 30 a 50 kg. Assim é possível conseguir um adensamento das muitas camadas do terreno, o que aumenta relativamente sua taxa de trabalho original. Este procedimento deverá se repetir pelo menos duas vezes em toda extensão da fundação.

A superfície do fundo da cava precisa ser uniformizado, para isso deve ser executado um lastro de concreto magro de 5 cm de espessura, consumindo cimento da ordem de 150 kg de cimento por metro cúbico de concreto, evitando o contato direto entre o tijolo e o solo.

Deverá ser feito o assentamento de tijolos com argamassa e o escalonamento adequados. O coroamento da fundação seráde um tijolo e meio para receber a parede um tijolo, e para receber a parede de meio tijolo deverá ser de um tijolo, assim economiza-se fôrma. Essa cinta absorve os recalques diferenciais e melhoram a distribuição de carga das paredes na fundação. Lembrando que, em terrenos desnivelados, esta cinta seráexecutada em níveis, ultrapassando cada degrau por superposição.

Por fim, não se deve esquecer de apenas mais duas coisas: Deixar a passagem para tubulação de esgoto, e tomar os cuidados necessários para que a impermeabilização seja perfeita, tanto na parte interna do aterro quanto na alvenaria, até 30 cm acima do piso.

Sapata Corrida ou Contínua, Armada

Quando o terreno é firme e ultrapassa 1.00 m de profundidade, ou grande largura, a solução mais econômica será a sapata corrida, por sua capacidade de resistência à flexão. Para pequenas edificações, é adequada a utilização de alvenaria de tijolos (Sapata Corrida Simples). Para outras, ou para maiores profundidades, a solução mais econômica é o concreto armado (Sapata Corrida Armada).


Sapata Isolada

São aquelas que transmitem para o solo, através da sua base, a carga de uma coluna (pilar) ou um conjunto de colunas (BRITO, 1987). São utilizadas quando o terreno apresenta uma boa taxa de trabalho e quando a carga a ser distribuída é relativamente pequena. Sob toda a área da sapata deverá ser colocado uma camada de concreto magro, isolando-a e garantindo assim que a umidade do solo não atingirá a sua armadura.

Radier

Há casos em que o terreno apesar de profundo, não possui resistência. O que acontece é que a camada resistente do solo localiza-se profundamente demais para que seja feita a cravação de estacas, visto que essas são curtas. Para evitar que haja grande remoção de terra, a melhor opção é a construção de um radier, ou seja, uma placa contínua(em concreto armado com armadura cruzada na parte superior e na parte inferior) que percorre toda a área da construção, com a finalidade de distribuir carga de maneira uniforme para toda superfície. O fato do radier ser uma peça inteiriça pode lhe conferir uma alta rigidez, o que muitas vezes evita grandes recalques diferenciais (BRITO, 1987).

Detalhe: Primeiras fiadas sobre radier.

Referências:
AZEREDO, Hélio. O Edifício Até Sua Cobertura. 2ª Edição. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1977.

Fundações. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo -
Departamento de Engenharia da Construção Civil. 1996
.
BRITO, José Luís Wey de. Fundações do Edifício. São Paulo, EPUSP, 1987.
http://www.coladaweb.com/engenharia/engenharia.htm - Consultado em 11/12/09.
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